A Biblioteca Municipal José Régio pertence à Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, com a tipologia B.M.3. O atual edifício é uma construção de raíz e foi inaugurado no dia 25 de abril de 2001, ano do centenário do nascimento do seu patrono, José Régio. Anteriormente, a Biblioteca funcionou na Casa de S. Sebastião, sita no Largo com o mesmo nome.
A primeira referência à Biblioteca Municipal de Vila do Conde é feita na ata de discussão do orçamento geral da receita e despesa do Município para os anos 1865-1866, que ocorreu em 22 de abril de 1865. Nessa reunião, o administrador do concelho, António José Lopes Lopes de Azevedo Maia, referiu a necessidade de fazer algumas alterações na despesa, entre as quais «a compra de livros para principio de uma Biblioteca Municipal».
Mais tarde, em março de 1872, o Executivo Municipal decide a reforma de uma sala nos baixos dos Paços do concelho para nela instalar o espaço de leitura e consulta.
No capítulo dedicado a Vila do Conde em O Minho Pitoresco, publicado nos anos de 1886 e 1887, José Augusto Vieira, refere a existência da "biblioteca municipal, fundada com o generoso donativo do falecido Dr. Albino Craveiro".
Muito provavelmente a Câmara Municipal recebeu a oferta de Albino Craveiro e instalou - o na sala dos «baixos» dos Paços do Concelho, que deveria ser exíguo, pois o periódico o Ave, no seu nº 9, do ano de 1892, recomenda à Câmara Municipal a criação urgente de uma biblioteca pública a instalar em casa própria.
O século XIX chega ao fim sem que Vila do Conde conheça a existência do tão almejado espaço cultural, que o Democráfico, publicado nos primeiros anos do novo século, vem frequentemente reivindicando nas suas páginas.
Em 26 de março de 1953, Vila do Conde comemora, com grande pompa e solenidade o milenário do mais antigo documento conhecido referindo o nome da nossa terra - a famosa carta de venda de Flâmula ao Mosteiro de Guimarães. Do programa, entre outros eventos, constava a inauguração da Biblioteca Abade Sousa Maia.
Finalmente, os vilacondenses iam ter à sua disposição um espaço de leitura, instalada no nº 161, da Rua do Lidador, cuja preparação e restauro já andava anunciada nas páginas da Renovação desde 1952.
Há contudo, registo escrito de movimento de leitores no ano 1950, o que comprova a existência de uma sala de leitura anterior, provavelmente, a que se reformara para o efeito, no próprio edifício da Câmara Municipal.
Depois de funcionar durante 3 anos na Rua do Lidador, a Biblioteca foi transferida, em 1957, para um edifício que integra atualmente os Paços do Concelho, na esquina da Rua Nossa Senhora da Conceição com a rua da Igreja. Os fundos da Biblioteca eram constituídos maioritariamente pelas doações do abade de Canidelo, dos padres António e Manuel Gomes de Lima e do Dr. José Maria de Andrade Ferreira.
Por falta de condições, que se traduziam essencialmente na exiguidade de espaço , a Biblioteca é transferida em 25 de abril de 1979 para a Casa de S. Sebastião, e passa a integrar na sua coleção parte da documentação pertencente à família proprietária da casa - Figueiredo Faria - de onde se destaca a coleção de parenética e de jornais do Porto do século XIX, o que muito vem enriquecer o fundo geral.
Durante os primeiros anos da década de 1980 e sendo, à data, o único espaço cultural da cidade, a Biblioteca foi palco de uma intensa atividade com numerosas exposições, conferências e recitais.
Numa continuada tentativa de conquistar utilizadores e formar novos públicos, inicia-se, no fim dos anos 80, o empréstimo domiciliário e em 1991 entra em funcionamento o Serviço Itinerante de Leitura, cujo custo é integralmente suportado pelo Município.
É também em 1991 que a Câmara Municipal vê aprovada a sua candidatura à Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. Fica então decidida a construção de um edifício de raiz, prevendo a concretização de todas as diretivas veiculadas no Manifesto da Unesco sobre as Bibliotecas de Leitura Pública: um espaço agradável, funcional onde a formação, a informação e o lazer através da leitura sejam uma realidade; dirigido a todas as camadas da população, sem distinções de alguma ordem, onde os serviços sejam gratuitos; virada para as novas tecnologias e sempre com a preocupação constante da necessidade de atualização dos seus fundos.
É no mês setembro de 1995, com a presença do senhor Presidente da República, Dr. Mário Soares, que se faz o lançamento solene da primeira pedra da nova construção. Simultaneamente, com o intuito de abrir cada vez mais à comunidade os serviços da Biblioteca, desenvolvem-se outras atividades, como é o caso das Bibliocaixas e é dada continuidade a outras, de que se destacam a Feira do Livro, e as Bibliotecas Jardim e de Praia. Entretanto, inicia-se a informatização do fundo em livre acesso, bem como o empréstimo domiciliário. As novas tecnologias, de que se destaca a Internet, passam a marcar presença na Biblioteca Municipal a partir do ano de 1998.
Este novo edifício, aberto à população, permite a concretização de alguns anseios e vontades que a Câmara Municipal há já muitos anos sente, oferecendo um espaço acolhedor, onde é possível o lazer e a cultura.
Este espaço é de todos vós! Desde já fica o convite para que dele usufruam. Intensamente!
Formatada à luz das diretivas dimanadas do Manifesto para as Bibliotecas Públicas, aprovado pela UNESCO em 1994, a Biblioteca Municipal José Régio tem como missão :
A biblioteca pública é o centro local de informação, tornando prontamente acessíveis aos seus utilizadores o conhecimento e a informação de todos os géneros.
Os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos com base na igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição social. Serviços e materiais específicos devem ser postos à disposição dos utilizadores que, por qualquer razão, não possam usar os serviços e os materiais correntes, como por exemplo minorias linguísticas, pessoas com deficiências, hospitalizadas ou reclusas.
Todos os grupos etários devem encontrar documentos adequados às suas necessidades. As colecções e serviços devem incluir todos os tipos de suporte e tecnologias modernas apropriados assim como materiais tradicionais. É essencial que sejam de elevada qualidade e adequadas às necessidades e condições locais. As colecções devem reflectir as tendências actuais e a evolução da sociedade, bem como a memória do esforço e da imaginação da humanidade. As colecções e os serviços devem ser isentos de qualquer forma de censura ideológica, política ou religiosa e de pressões comerciais.
Manifesto sobre Bibliotecas de Leitura Pública, UNESCO, 1994
A equipa da Biblioteca é constituída por uma bibliotecária/ coordenadora de serviço, 1 técnica superior, 16 assistentes técnicos e 3 assistentes operacionais.
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